domingo, 28 de outubro de 2012

O ninho da noite

Caminhar pelas ruas de Botafogo revela um banho lunar tomado sem aviso. Agora o ovo celeste vai chocar e em formas etéreas disparar ondulações magnéticas para boiar pela abóbada das estrelas. Cresce, pássaro.

Pequena esperança nasce no meu coração - Centro Cultural Laurinda Santos Lobo sendo admirado à distância

Na penumbra luzes fracas se mostram.

As almas vagantes e luminosas da paisagem de Santa Teresa então se libertam!

A névoa azul

Não vejo o que é. Venta e a brisa é fria.
Uma forma se divisa no horizonte noturno. Parece uma emanação.

A nuvem parece a tudo fazer tremer. São dois "algos".


Ó glorioso Senhor que afasta as brumas. Posso ver teu semblante!

Braços se estendem como se fossem não mais conhecer limites.

Soberano! Tuas cores são ricas!
Imperial é teu gesto doce.

Domesticadas, as névoas como em rebanho abandonam o carrossel e seguem com um pouco de tua luz misteriosa. Seja bem vinda a tua afirmação na paisagem!


Arranha-lua


Extremos geométricos tentam se tocar ao final da tarde. Quanta glória será revelada quando não se souber o que é cada um separadamente?

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Me has involucrado...

Amigo é aquele que chega atrasado ao compromisso e a gente sofre com a expectativa. Amiga é aquela que provoca a expectativa de ver todas as fotos de viagem que ela fez e ela não te traz nenhuma no dia do encontro. Amizade é essa formação sentimental que acontece na vida e a gente não leva muito a sério. Eu gosto de olhar os presentes depois... mas a brasileira que se transforma em espanhola nas férias... adora me ver mudando de atitude. Pra perenizar a lembranças trazidas de tão querido país mediterrâneo não basta elogiar todas as surpresas que sua amada viajante trouxe. Depois da comoção diante dessa atenção só mesmo abrindo na frente da cigana señorita esta oferta tão elegante. Mas como Barcelona ainda não tem um caminho de pedras sobre o mar até o Rio é preciso prestigiar a generosa moçoila e as embalagens até a exaustão. Assim envolvo todo o momento com minha foto, com os rasgos, os amassados, reúno os tons da embalagem numa síntese de imagens improvisada: uma salada misturando idiomas e intenções. Vale manter a embalagem do presente mais interno como quem encontra uma casca de banana-ouro depois de pelar uma laranja e até a etiqueta de preço esquecida colada sobre o plástico transparente é convidada a testemunhar a gafe abençoada da amiga: estão ali o código de barras, o preço do bloco de notas e suas referências. Quantos momentos úteis serão escritos ali, quantas urgências distribuídas a outros, quanto embate de folhas capeado por traços dos monumentos de uma cidade. Poderia eu esquecer a caneta? Fazê-la funcionar, descobrir sua tinta, advinhar sua durabilidade, me encantar em ter como parceira a obra de Gaudi e unir a isso tudo tantos momentos de vida com minha amiga. Esta turista avançou tanto e numa parada dessas do caminho lembrou de uma outra raiz de uma terra distante e preferiu me presentear. É uma honra ter recebido seu holofote. Beijos, cariño!



sexta-feira, 2 de maio de 2008

Deine Zauber binden wieder was die Mode streng geteilt


O Início do semestre de alemão teve um consolo, o 1. lugar da turma, comemorado com um poema de Schiller e cantado muitas vezes, tudo isso em solo, longe da sala de aula, pois era só isso mesmo que eu poderia fazer diante do correr diário. O presente que ganhei da professora foi este aí ao lado (um bloco de notas). A letra do coro entoado na Nona Sinfonia de Beethoven, ficou em cima de uma mesa, esperando mais variações, quem sabe uma voz de tenor ecoando pela sala (isso eu consegui!). Foi-se então mais uma página de provação linguística, um futuro em criação. No Präsens, um presente ; ) Vamos a outras...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O Cristo pela Lateral em Outubro


Ele se volta para a baía e para o minúsculo helicóptero em uma tarde. Reto e cercado de tantas curvas. Um ponteiro sem par que mostra horas desconhecidas e que recebe a pontaria de um novo ângulo de câmera. Com os braços abertos equilibra a si e aos outros e larga Outubro, o último mês libriano, nos olhos, como uma indicação de mudança no calendário pessoal.