quarta-feira, 13 de junho de 2007

Manifesto do Poente Urbano


Calcularei sim, a área de luz sugada, percorrendo não com os olhos, mas com as vísceras, o facho de sol ainda intenso nas profundezas. Entra na conta cada laranja inter-predial e preso pela sombra das grades, amarelos furtados pelas antenas-agulhas e parabólicas e aquele azul mediador da noite. Patamares invertidos, faixas de penumbra, como uma cavidade de quadrados e cubos subpostos, triângulo-cone invertido de pixels-contornos grosseiros. Desfiro ampliações de cálculo para cada raio que escapou para as janelas. Quero definitivamente a luz, a vulcânica fagulha escapando rumo às calçadas, às montanhas, fugitiva de mim, com quem me racionalizo, sob a qual perdi o igual em mim e ardi sem astúcia.

sábado, 9 de junho de 2007

Sereno

Como película, desdobra-se tênue pela paisagem, o amanhecer. Levemente amarelo móvel o ente arma o elo, veementemente. Abraça a luz ascendente que chega rente e deixa pra trás a treva boba e demente. Semente acampa no céu e põe no mapa sem ente a ama néo. Obra-se o vento-luz e tapam o mês e o ano. Pomo verde sustenta a divisa da era e almeja novidades nas cores das arestas, das frestas, dos frescores.